Com nove concessionárias fechadas temporariamente, Alessandro Toniello fala do cenário atual - Juliana Rangel

Com nove concessionárias fechadas temporariamente, Alessandro Toniello fala do cenário atual

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O empresário Alessandro Toniello viu de um dia para o outro, zerar as suas vendas de veículos. Sócio do Grupo Allma, que possui nove concessionárias no interior de São Paulo, a média mensal de vendas antes da pandemia era de 700 carros por mês e mais 3.000 em suas oficinas para conserto.

Com as lojas fechadas temporariamente em Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru, Marília, Botucatu, Jaú e São Carlos, Alessandro Toniello segue o isolamento ao lado da família e avalia o mercado atual, temendo o desemprego e a retomada da economia.

Como você avalia esse momento de isolamento por conta do Coronavírus?

Alessandro Toniello: Isso é algo que nunca vivemos antes, a tecnologia de hoje tem ajudado as pessoas a se manterem menos isoladas, mas eu temo que após o isolamento, o desemprego aumente e a crise econômica seja pior que a crise de Saúde.

Uma pesquisa aponta queda de 13,4% na fabricação de veículos leves no mundo. Qual a sua avaliação desse cenário?

Como essa pandemia é mundial, é normal que isso aconteça. O mundo todo entrou em quarentena, e às vendas, obviamente, caíram. A compra de veículos neste momento não é prioridade. Por outro lado, as fábricas de veículos, hoje, estão muito bem preparadas em suas estruturas, tanto produção como financeiras, e sairão bem da crise.

Por outro lado, montadoras do Brasil estão retomando a produção com equipe bem reduzida. Como você vê a retomada do mercado?

Acredito que no médio prazo, o volume de vendas de veículos volte ao normal. O Governo Federal agiu rápido e deu um respaldo a grandes empresas. Acredito que isso ajudará na retomada.

Assim que passar essa pandemia. Você acredita que haverá uma mudança no perfil de consumo?

Sim. Estou prevendo que a digitalização no mundo do varejo vai ser mais rápida do que antes da pandemia. Os clientes perceberam que podem fazer suas compras com mais rapidez e eficácia via internet e só vir até loja física, depois de tudo resolvido online. Isso traz mais conforto e menos estresse para o cliente.

As medidas anunciadas pelo Governo são suficientes para socorrer as empresas neste momento?

Acredito que sim. O problema é que nós já vínhamos de anos anteriores com crescimento negativo na economia. Então 2020 seria o ano da retomada, do crescimento, e muitas empresas já vinham com dificuldade, esperando que, a partir desse ano, seria possível uma melhora em seus negócios. Com a pandemia, isso não será possível e aí, talvez, essas empresas tenham maior dificuldade de atravessar a crise.

Esse momento de recolhimento está te ensinando algo a mais?

A família é sempre um conforto para todos nós. Sempre existe o lado bom de um acontecimento como esse e ter mais tempo para ficar ao lado de quem você ama, foi o lado bom dessa quarentena.

Quando anunciar o fim da quarentena, quando todo mundo puder voltar ao normal. Qual a primeira coisa que irá fazer?

Rever os amigos, viajar, abraçar pessoas, coisas normais que nós sentimos muita falta quando estamos restritos a faze-las.

O que tem feito neste momento de quarentena?

Trabalhando e trabalhando muito, mais que antes. Nestes momentos temos que nos reinventar para sairmos dessa quarentena menos machucados.