Empresa de Ribeirão cresce em meio à pandemia e projeta exterior em 2022 - Juliana Rangel

Empresa de Ribeirão cresce em meio à pandemia e projeta exterior em 2022

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Um novo perfil de empresa surgiu da pandemia no Brasil: a dos negócios com alto quociente de adaptabilidade (QA), índice que considera habilidade de adaptação, criatividade e resiliência diante de ambientes com mudanças rápidas e frequentes. Empresas que investem em equipes e gestão com alto QA têm como base inovação, flexibilidade e agilidade para responder a novas demandas, tendo mais chance de sucesso no mercado atual. É o caso da Beijo do Sol, empresa de Ribeirão Preto que, mesmo com a crise sanitária, inaugurou a marca, manteve o ritmo de crescimento e já planeja internacionalização para 2022 com gestão adaptável às mudanças. 

A empresa foi criada em 2020 e este ano, mesmo com a pandemia, já alcançou em outubro o faturamento do ano anterior inteiro, que foi de R$ 360 mil. Para o trimestre de novembro a janeiro, a expectativa de crescimento nas vendas é de pelo menos 30%, podendo chegar a 50%, dependendo dos fatores externos. 

A variação grande na margem de projeção final, aliás, faz parte do gerenciamento adaptado a um cenário em transição como é o do pós-vacinas. “É o período em que mais temos pedidos e tudo indica mais crescimento. Mas são muitas variáveis, dependemos de como o mercado vai reagir”, diz Erika Nogueira Bianchini, diretora da Beijo do Sol.

A empresa também já alcançou a produção de peças do ano passado, que foi de 10 mil unidades, e deve fabricar mais itens até o final do ano. O plano de dobrar a produção, porém, foi substituído por fabricação em pequenos ciclos. “Apesar do otimismo, nossa produção não está acelerada, pois precisamos buscar o equilíbrio para não ficarmos com excesso de estoque”, afirma a diretora.

Verão e Carnaval 2022

A chegada das férias de verão com liberação do uso de máscaras em espaços abertos e a retomada do Carnaval devem movimentar o setor de Moda Praia. Erika Nogueira, da Beijo do Sol, diz que a empresa já se prepara para os vários cenários possíveis.

“Nossos resultados no último ano são efeito do investimento em uma coleção mais diversificada, com mais produtos, e ao mesmo tempo, de uma proximidade do fim da pandemia, com as pessoas comprando e viajando”, diz.

Dólar alto afeta produção e beneficia exportação

A constante variação da inflação e do dólar no período tem afetado a produção,  exigindo uma gestão dinâmica. “Cada hora que precisamos comprar matéria-prima, o preço é diferente. Mantivemos a mesma tabela de preços desde o início da coleção, mas os custos já estão mais altos”, afirma a diretora.

As adaptações são feitas com base na avaliação de três pontos principais: custo-benefício da matéria-prima, desempenho de venda das peças e expectativas de mercado. Como tecidos, bojos, arcos e até caixas de papelão tiveram um aumento significativo, a empresa chegou a mudar fornecedores para conseguir manter qualidade e bons preços finais.  Também revisou em ciclos mais curtos o desempenho dos modelos. “Da mesma forma que incluímos cores novas neste último mês, definimos que determinada estampa não terá continuidade, por não ter tido muita aceitação”, explica Erika Bianchini. A ideia é evitar produzir aquilo que provavelmente não terá muita saída. 

O próximo passo da Beijo do Sol com a alta do dólar é a internacionalização. “O sonho do meu pai, Aluizio Nogueira, fundador da marca, era vender a Beijo do Sol em outros países. Em 2022 irei buscar realizar o sonho dele”, comemora Erika Bianchini.

Sobre a Beijo do Sol

Empresa especializada em Moda Praia, a Beijo do Sol foi fundada em Ribeirão Preto em meio a pandemia do novo coronavírus. Iniciou a fabricação de moda feminina em agosto de 2020 e hoje também oferece peças masculinas e infantis. Conta com uma facção em Votuporanga – indústria terceirizada de confecção e vestuário. Está presente em lojas multimarcas por todo o Brasil e on-line. Suas coleções prezam pela versatilidade, sustentabilidade e responsabilidade social.