Especialista dá dicas para as famílias não caírem em endividamento - Juliana Rangel

Especialista dá dicas para as famílias não caírem em endividamento

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Com a chegada da pandemia, a situação econômica das famílias brasileiras piorou de forma significativa, devido ao aumento do desemprego, o que acabou afetando a renda de muitas pessoas.

Segundo a professora dos cursos de Ciências Contábeis e Áreas de Negócios do Centro Universitário Cesuca, Karen Hackbart Souza Fontana, existem diversos motivos que contribuem para o endividamento familiar. “Cada família tem a sua peculiaridade e um dos principais motivos é o desemprego, pois sem renda não há como pagar as contas”, explica.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só no primeiro trimestre de 2022, são quase 12 milhões de brasileiros desempregados e outro fator a ser destacado é a redução de quase 9% da renda média do brasileiro.

Para quem está endividado, Karen afirma que um planejamento familiar para o pagamento de dívidas é essencial. “Dê prioridade ao pagamento das dívidas que possuem juros mais altos e as renegocie, pois os credores têm interesse em receber”, orienta a docente do Cesuca.

A especialista também ressalta que, quando possível, é importante realizar o pagamento à vista evitando futuras parcelas e, consequentemente novas dívidas. Outro ponto relevante, é envolver todos os membros familiares, principalmente as crianças. “Envolva toda a família na educação financeira, inclusive crianças, pois elas devem ser ensinadas desde cedo a dar importância para a saúde financeira da família. Além disso, evite novos empréstimos para pagar as dívidas, ou seja, não faça novas dívidas”, comenta.

Geralmente o cartão de crédito é visto como o principal causador do endividamento, mas para a docente, o uso consciente do cartão de crédito pode trazer vários benefícios ao usuário, entre eles: a segurança, pois não há necessidade de dinheiro na carteira, facilidade para pagamentos, conveniência e praticidade, além de proporcionar programas de fidelidade, o que gera bônus e pontuações ao usuário. No entanto, é preciso controlar os gastos, entender as taxas de juros, não comprar por impulso e, principalmente quitar o total da fatura evitando o uso do crédito rotativo, já que os juros dos cartões de créditos são muito altos.

Karen ressalta que em tempos de crise é importante saber diferenciar endividamento e inadimplência. “O primeiro refere-se a qualquer obrigação financeira para pagamento futuro. Já o segundo, é quando não consegue arcar com essa obrigação, ou seja, se você paga suas contas em dia você está endividado e não inadimplente. O risco de ficar endividado é não conseguir pagar as suas contas no prazo acordado, neste caso, torna-se um inadimplente. Há várias consequências que a inadimplência pode causar, dentre elas: a restrição ao crédito, nome e CPF registrados pelos serviços de proteção de crédito como Serasa e SPC, entre outros”, salienta.

Para controlar as despesas, saber quanto e onde se gasta é fundamental. “Você pode anotar em um caderninho, utilizar uma planilha eletrônica ou por meio de um aplicativo no celular. Faça também um planejamento familiar, comece anotando a sua renda e, em seguida, todos os seus gastos para não ultrapassar o seu limite financeiro e após, elimine gastos desnecessários”, finaliza.

Por fim, a docente dos cursos de Ciências Contábeis e Área de Negócios, lista algumas dicas para que a população não caia no endividamento. Confira:

• Tenha um estilo de vida adequado à sua renda;
• Controle seus gastos;
• Sempre que possível, faça pagamentos à vista;
• Concentre apenas em um único meio de pagamento (cartão de débito ou crédito, por exemplo);
• Não compre por impulso;
• Não utilize cheque especial;
• Faça uma reserva financeira.