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A produção cultural e o poder da educação na vida de Cordeiro de Sá
Compartilhe:Cordeiro de Sá nasceu no ano de 1972, em Campinas. Se formou em Arquitetura e Urbanismo pela EESC-USP, possui MBA em Gestão de Projetos e é Mediador de Conflitos pela EPM. Também é ilustrador, produtor cultural, coordena o selo RPHQ – Ribeirão Preto em Quadrinho e atualmente trabalha como professor de artes do Colégio FAAP.
Recebeu o título de cidadão ribeirãopretano pelos serviços prestados ao município e já foi premiado como artista visual, roteirista, quadrinista, bonequeiro e gestor social. Recentemente, foi convidado pelos Correios para ilustrar o bloco filatélico do Bicentenário da Independência. Já participou de duas Bienais Internacionais de Arquitetura SP, do Festival Animamundi e recebeu cinco indicações ao troféu HQ Mix.
Para falar melhor sobre sua história, Cordeiro de Sá participou do Podcast Juliana Rangel News. Acompanhe:
Juliana Rangel: Sá, a sua ligação com toda essa parte artística, vamos dizer assim, começou muito pequenininho, né?
Cordeio de Sá: É, começou desde criança né… eu costumo contar Jú, que eu ia pra casa dos meus amigos né e eu via carrinho, via bonequinho, via jogo, mas não via papel. Eu achava estranhíssimo não ter papel pra desenhar, massinha para modelar na casa dos meus coleguinhas.
Juliana Rangel: Você tem uma filha, né? De quantos anos?
Cordeiro de Sá: Eu olho pra Lúcia e falo ‘’meu Deus, cadê minha criança de 2 anos?’’, sumiu, já tá com 5, já é outra coisa. E assim, cada hora você fala ‘’que criança é essa que tá aqui?’’ porque vai mudando muito rápido.
Juliana Rangel: E você com essa visão, essa personalidade e educação que você cresceu Sá, você tenta fazer diferente com ela, por exemplo, dos dias de hoje?
Cordeiro de Sá: Ah, tentamos. A Ana, minha esposa, também né, tem uma preocupação muito grande com isso. A Ana deu aula pra criança muito tempo mas a coisa da Lúcia, a gente sentiu a prova de fogo na pandemia porque na época da pandemia a gente realmente se isolou porque deu pra fazer home office né, então a gente resolveu ficar quietinho em casa e aí a área do quintal acabou virando a escola.
Então, a gente começou a inventar coisas e a brincar e a se divertir junto e trabalhar com vídeo e com pintura, pegar o urucum pra fazer tinta e foi pirando com isso. E eu acho que foi legal porque quando ela voltou pra escola, não voltou sequelada da pandemia, sabe?
Porque não se trata de conteúdo né, Jú… é contato, é outra coisa. E aí com ela deu certo, funcionou, eu acho assim que lógico que vai ter alguma esquisitice que os psicólogos vão ter que ouvir, mas todos nós ficamos com algum trauma dessa coisa toda.
Juliana Rangel: Uma sequelinha, né?
Cordeiro de Sá: Eu acho que a gente fez uma lição de casa bem feita sabe, mas muito porque a preocupação era a relação afetiva acima de qualquer outra coisa e como a gente vai trabalhar essa criança pra aguentar esse mundo novo, a gente não sabe qual é. Hoje a formação, eu penso que é muito mais formar pra ser um camaleãozinho e se adequar do que o conteudismo que a gente sabe que já acabou faz tempo, uma preocupação com qualquer rótulo. A gente tem que ensinar a pessoa a se virar.
Juliana Rangel: E aí, você voltou agora pro ensino, né? O que fez você retornar para as aulas?
Cordeiro de Sá: Foi agora! A proposta, porque eu tava em casa trabalhando, fechando esse processo do selo que você falou, aí um dos coordenadores da FAAP me telefonou e eu comentei com a Ana, falei ‘’Ó Ana, parece que tá precisando ali’’. E eu tava querendo voltar a dar aula, mas queria assim, voltar pra pós, pra oficina porque na pandemia isso parou.
Ainda bem que deu certo e tô lá, tomara que dure muito tempo porque a proposta é gostosa assim, a gente consegue fazer muita coisa e acho que isso é o que professor gosta de fazer. Não é só chegar lá e dar um conteúdo e ir embora. Você quer ver brilho no olho de estudante, você quer poder provocar crescimento e isso que é bom.
Juliana Rangel: E o Mauricio de Sousa?
Cordeiro de Sá: Esse dia foi muito especial, muito emocionante, eu já conhecia o Mauricio mas não conhecia o estúdio. O estúdio do Mauricio de Sousa é a fábrica do Willy Wonka, é inacreditável assim.
Juliana Rangel: E pros quadrinhos assim, você tem o Mauricio de Sousa como uma inspiração, Sá?
Cordeiro de Sá: Opa, muito. Ele e um outro cara que é editor dele, o Sidão Gusman. Tem muito preconceito com a Turma da Mônica… e é nosso, nacional, legal demais!
Juliana Rangel: Óbvio que nós não poderíamos deixar de falar do selo. Sá, eu gostaria que você contasse a história do convite dos Correios para desenvolver aí o selo do Bicentenário da Independência né. Como que foi isso?
Cordeiro de Sá: Isso foi tão legal que quando a moça me ligou, eu achei que fosse trote. Eu falei ‘’ah, então, vou dar uma pensada’’ porque rola isso, tem muita gente levando golpe assim. O cara chega, contrata o trabalho e as pessoas fazem e aí é mentira. Rolou muito isso na pandemia. Maluco fazendo isso.
E já esgotou, foi uma tiragem bem bacana e já não tem mais pra comprar. Ainda é muito importante o selo dentro dessa onda dos colecionadores, de quem faz o registro. O selo ainda funciona como registro histórico, resgate, ainda é uma peça bacana.
Confira abaixo a entrevista completa no Podcast Juliana Rangel News: