José Paulo Parra, diretor do Circuito de Leilões, conta sobre sua trajetória e sua paixão por leilões - Juliana Rangel

José Paulo Parra, diretor do Circuito de Leilões, conta sobre sua trajetória e sua paixão por leilões

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Nos dias 01 e 02 de dezembro, Ribeirão Preto receberá mais uma edição do Leilão Veículos Antigos, organizado pelo tradicional Circuito de Leilões. Essa será a 56ª edição que já passou por várias regiões do Brasil, a segunda na cidade por conta do sucesso do evento no mês passado

José Paulo Parra, diretor do Circuito de Leilões e um dos pioneiros em leilões de carros antigos no Brasil, quando promoveu a 1ª edição em 2016 e profissionalizou o segmento no País. 

Juliana: Como começou a sua memória afetiva com carros antigos?

José: Meu pai sempre gostou de carros, especialmente os antigos. Tinha carros para uso, vários carros,  duas camionetes, dois ou três Galaxies e Landau. 

Juliana: Seguindo a carreira, você foi o único da sua família, né?

José: Na marra, né? Virou meio de vida profissional, sustentando minha casa. Em determinado momento, eu falei: “Nossa, eu quero tanto que isso dê certo”, e acreditei muito. Fui atrás para fazer dar certo. Trabalhava em outro segmento, na área comercial de uma empresa de confecções, mas até então era um hobby.

Juliana: Você era um colecionador, né?

José: Sim, era colecionador. Tinha um carro aqui, outro ali, mas era mais na empolgação. Um dia, comprei alguns carros junto com o dono da empresa, adquirimos de um amigo que faleceu, e a coisa ficou mais séria.

Juliana: Você começou com isso por paixão, né?

José: Exato, participei ativamente dos clubes como colecionador. Sempre estive envolvido nos clubes de automóveis antigos aqui em Ribeirão e na região.

Juliana: Hoje, quantos carros você tem como colecionador?

José: Atualmente, tenho apenas um carro como colecionador. Já cheguei a ter 17 carros.

Juliana: Mas o que tem mais comercialização hoje?

José: O mercado é amplo. Temos carros comerciais desde os anos 20, como os Fordinhos, até os anos 2010. Já existem carros do início dos anos 2000 sendo considerados colecionáveis, pois já têm 20 anos.

Juliana: Em leilão, entra com 30 anos a mais de uso, né?

José: Sim, pela definição da Federação Brasileira de Veículos Antigos, é necessário ter pelo menos 30 anos. Documentação regular e características originais ou valor histórico são fundamentais.

Juliana: 55 edições de leilões já feitas no Brasil é muita coisa, né?

José: Sim, e graças a Deus. Aconteceu uma mudança significativa depois da pandemia. Antes, os leilões eram mais presenciais, mas o online ganhou força, especialmente com transmissões ao vivo no YouTube.

Juliana: Está virando algo turístico, né?

José: Sim, muitas pessoas que participaram dos leilões não conheciam Ribeirão. Ficaram encantadas com a cidade, visitaram shoppings, foram a Brodowski, experimentaram restaurantes. Foi muito legal.

Juliana: Mas uma curiosidade, se eu arrematar um veículo e me arrepender, o que acontece?

José: Sinto muito pela indecisão, mas faz parte do jogo. Há uma multa, cerca de 20% sobre o valor do arremate, para desistência. As regras estão no edital, que é o documento oficial que rege o leilão.

Assista a entrevista completa no nosso canal do Youtube:

Juliana: Já teve algum veículo de algum leilão seu que você se apaixonou, pensando, “esse aqui é meu”?

José: Sim, já. Eu participo do meu próprio leilão. Às vezes, digo que o carro é meu, às vezes não. É meu jogo, faço como todos, coloco o carro lá, passo pelo processo e, às vezes, fico com ele.