Concurso na USP vai unificar editais para destinar vagas a docentes negros e indígenas - Juliana Rangel

Concurso na USP vai unificar editais para destinar vagas a docentes negros e indígenas

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Pela primeira vez, processo seletivo para professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo agrega concursos distintos e adota sistema de reserva de vagas

É comum abrir um edital de uma grande universidade como a USP e encontrar não mais do que apenas uma vaga em um concurso público para contratação de professores, os chamados “claros docentes”. Com duas ou apenas uma vaga em jogo, a luta contra a desigualdade racial se arrasta, diminuindo a diversidade do perfil do professorado no ensino superior. O porcentual de professores pretos e pardos em universidades públicas após concurso é menor do que 1%, segundo relatório da Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Ao identificar três vagas semelhantes que seriam destinadas a concursos isolados de vaga única, o Conselho Técnico-Administrativo da FAU iniciou um processo de unificação inédito na unidade e um dos primeiros da USP. A unidade já teve aprovação para publicar o edital unificado para o Departamento de Tecnologia da Arquitetura, cujas áreas de conhecimento foram agrupadas em um único perfil: Construção, representação, métodos quantitativos, sustentabilidade e prática profissional. 

O edital do concurso para contratação dos professores doutores para a FAU deverá ser publicado no início de 2024 e será o primeiro a adotar reserva de vagas para pessoas autodeclaradas negras ou indígenas. A unidade recomenda, ainda, que todas as bancas de seleção de docentes sejam compostas com dois professores pretos, pardos ou indígenas (PPI) – a recomendação da USP é de pelo menos um. Desde o ano passado, a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP disponibiliza uma lista de docentes pretos, pardos e indígenas aptos a integrar bancas de seleção.