30 ANOS DEPOIS E A POLÊMICA DO “CALA BOCA, MAGDA” DO SAI DE BAIXO
Compartilhe:Assunto foi tema do bate-papo entre as atrizes Marisa Orth e Tânia Bondezan no podcast Juliana Rangel News
Já se passaram 30 anos quando o primeiro episódio do teleteatro Sai de Baixo foi ao ar e virou sucesso em todo o país com os personagens Magda, interpretado por Marisa Orth, uma mulher intitulada “burra” e que era vista como engraçada, e Caco Antibes, com Miguel Falabella, marido de Magda e também engraçado por maltratá-la, zombar dos seus erros de português e conhecimento, sempre gritando “Cala boca, Magda”.

Foto: Reprodução TV Globo
Marisa Orth é atriz brasileira, que se consolidou m 1996 na teledramaturgia, quando passou interpretar a personagem Magda no teleteatro Sai de Baixo, sendo esse um de seus trabalhos mais recordados na carreira. O programa foi líder de audiência permanecendo no ar até 2002.
Tânia Bondezan, também atriz brasileira, que teve uma alta repercussão no seu papel da vilã Malvina, na novela Maria Esperança do SBT.
No podcast, Marisa e Tânia comentam sobre as polêmicas no humor, e se hoje em dia não existem mais ‘’Magdas’’ e como temas de anos atrás são proibidos nos dias de hoje.
Juliana Rangel: Marisa, o público se envolve muito com a Magda do Sai do Baixo, como é a situação nos dias de hoje quando te encontram na rua?
Marisa Orth: As pessoas esperam que seja a Magda. É cada invertida, é que eu sou um pouco rápida com as palavras e um pouco violenta às vezes. Tem pessoas muito desrespeitosas que vem gritar comigo. Um cara, por exemplo, chegou gritando ‘’Cala boca, Magda’’ e me dando tapinha nas costas. Mas eu sou muito rápida na resposta, a pessoa arrepende depois.
Juliana Rangel: Sai de Baixo vai dar praticamente 30 anos, como você acha que as pessoas enxergam hoje em dia aquele formato de teleteatro que era considerado perfeito?
R: Tem que ter cuidado para falar isso, porque hoje em dia eles dizem que pode ser cancelada, né. Mas, ao mesmo tempo, eu te pergunto: Será que não existe mais mulher burra que casa com cara desonesto? Ou seja, a Magda não existe mais?
Juliana Rangel: Vocês acham que a comédia está ficando mais chata com isso?
Tania Bondezan: Eu acho que não, acho que a falta de liberdade, esse cerceamento, que é o medo que as pessoas têm, né. O Fábio Porchat, por exemplo, ele vive ameaçado, porque ele fala uma coisa, fala outra e porque tem umas piadas que para um humorista é impossível não fazer.

Foto: Reprodução Instagram
Marisa Orth: A gente tem visto o humor ficar mais inteligente, eu acho o Porta dos Fundos uma coisa que revolucionou essa cultura do improviso. Hoje em dia, o humor ficou chique, tem grandes comediantes, tem prêmio de humor, o comediante ganha uma grana.
Juliana Rangel: Marisa, em todos esses anos de carreira o que mais falta ainda para você fazer?
Marisa Orth: Nossa, muita coisa, eu me sinto na metade. Cada trabalho que a gente começa, a gente se sente franga, caloura.
Juliana Rangel: Tem algum personagem que você não fez ainda?
Marisa Orth: Eu não fiz muita vilã, queria fazer mais. E eu queria uma vilã, porque mesmo no drama de verdade, ela tem colorações cómicas.