30 Anos de entretenimento: Luit Marques fala sobre sua carreira na área de eventos em Ribeirão Preto - Juliana Rangel

30 Anos de entretenimento: Luit Marques fala sobre sua carreira na área de eventos em Ribeirão Preto

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Com uma trajetória de 30 anos na área de entretenimento de eventos, Luit Marques é uma figura proeminente e o sócio fundador da Bananas Eventos

Seu destaque alcançou o auge como um dos organizadores do Festival João Rock, que neste ano atraiu uma multidão de mais de 70 mil pessoas em um único dia. Além disso, Luit também desempenha papel fundamental como sócio fundador na Bananas Eventos e também na organização do Ribeirão Rodeo Music.

Juliana: Em relação a pandemia, o que mais impactou?

Luit: Teve um impacto extremamente significativo do ponto de vista financeiro, né? Finanças é uma das poucas atividades que realmente zeraram a participação ou faturamento, né? Então, para evitar desmontar a equipe, precisamos concentrar bastante esforço nisso, com um objetivo mais de longo prazo. Junto com isso, veio também uma certeza positiva sobre a importância do entretenimento, da área de eventos ao vivo no dia a dia das pessoas. Isso se fortaleceu muito no pós-pandemia.

Juliana: Luigi, 31 anos na área de eventos, você começou quando estava na faculdade junto com o Marcelo Rossi, que é hoje o seu sócio. O que você fazia na faculdade? Me conta essa história?

Luit: Eu fazia administração, e ele também, mas não estudávamos juntos. Ele estava em outra turma, e eu tinha um sócio, Fabiano Manfrin, que infelizmente faleceu em 1993. Então, nosso começo foi dentro da Unaerp, e ele começou fazendo algumas festas, enquanto eu e o Fabiano íamos por outro caminho. O Fabiano nos uniu para fazer o Bananas Reggae, que foi a primeira festa que fizemos juntos. Depois, vieram o Bananas Rock, Bananas Country, e assim começou essa história.

Juliana: E por que o nome Bananas?

Luit: A primeira festa era ligada a um tema tropical, daí o nome Bananas Reggae. Criamos o nome da festa, Bananas, e por que colocamos o nome da festa e a assinatura de uma empresa? Para dar credibilidade e evitar aspectos pessoais, buscando a impessoalidade. Estávamos aprendendo a sair da sala de aula e fazer o negócio acontecer.

Juliana: De quem partiu a ideia de trazer patrocinadores?

Luit: Na verdade, é o que eu tento dizer às vezes para algumas pessoas, que fazer uma faculdade não é apenas para aqueles que se dispuseram a fazê-la, mas também para aqueles que pensam que só por ter iniciativa, sendo um bom vendedor ou produtor de eventos, podem menosprezar sua importância. Na faculdade, vivíamos aquilo no dia a dia, com disciplinas que falavam sobre plano de negócios, Business Plan, que nada mais é do que o nosso plano de negócio. Isso envolve entender as fontes de receita do negócio, seja para uma padaria, uma indústria, um shopping center ou uma festa. O Bananas era resultado disso, com a impessoalidade dando credibilidade à festa.

Juliana: Você chegou a terminar a faculdade?

Luit: Não, não terminei. Faltaram 7 matérias. Tentei voltar várias vezes, mas não terminei oficialmente. A faculdade me transformou, deu oportunidade de começar o nosso negócio com uma estrutura técnica, uma noção clara sobre custos, RH, marketing, ferramentas de marketing. Tentei transferir essa parte teórica para o nosso negócio, começando com uma marca, estabelecendo relacionamentos e contratos. Hoje, as faculdades trazem muito mais conteúdo, mais velocidade para absorver e transformar os sonhos em realidade. Muito legal.

Juliana: Quanto de público na primeira edição do João Rock?

Luit: 13 mil pessoas, foi um sucesso. Foi uma surpresa muito agradável, bem próximo do que esperávamos, queríamos 15 mil pessoas, foram 13.200.

Juliana: E como surgiu a ideia do João Rock?

Luit: O João Rock era um projeto engavetado desde o início do Bananas. Quando conhecemos o Rossi, resgatamos a ideia de um projeto maior que envolvesse não apenas festas. Surgiu de um projeto da faculdade dele, um evento com bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Titãs. Isso foi em 1992 para 1993, na parte teórica.

Juliana: Você sempre curtiu rock?

Luit: Eu curto música boa, não só rock. Sou eclético, principalmente música brasileira.

Juliana: Em 20 anos de João Rock, com todas as dificuldades, você já pensou em desistir?

Luit: Desistir não é uma opção, mas mudar o rumo da vida é. Acho importante as pessoas se darem a oportunidade de mudar. Se for a hora de mudar, que mude.

Juliana: Já pensaram em ampliar o João Rock para mais dias?

Luit: Muitas vezes, quase todos os anos.

Juliana: Existiu um projeto de levar o João Rock para o Uruguai?

Luit: Não que existiu, quase aconteceu. Visitamos o Uruguai, havia convites, eu fui umas 10 vezes, mas por pouco não concretizou.

Juliana: Quando buscam novidades, quais são suas referências para agregar aos eventos?

Luit: Os grandes eventos são referências, assim como os grandes rodeios. Hoje, mesmo não estando, conseguimos acompanhar as tendências. Somos procurados por fornecedores que enxergam a capacidade de investimento do festival.

Juliana: Por que o nome João Rock?

Luit: A marca originalmente era uma bateria, uma logo. Passamos por um processo criativo e decidimos mudar para Rock Brasil. Ao fazer uma pesquisa, vimos muitos nomes de bateristas, e o João Barone foi o único baterista brasileiro conhecido como personagem. A marca ficou esteticamente bacana e remete a um nome forte brasileiro. Queríamos homenagear os Joãos que fizeram história e os futuros Joãos da música.

Confira a entrevista completa em nosso canal do Youtube:

Juliana: Como avalia o mercado musical hoje?

Luit: Terrível, vemos muita coisa ruim. Letras agressivas, e é difícil encontrar uma explicação para isso. Acredito que isso vai se acomodar com o tempo, influenciado pela internet.