Usinas miram a produção de açúcar para compensar queda no etanol - Juliana Rangel

Usinas miram a produção de açúcar para compensar queda no etanol

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A pandemia afetou em cheio o setor sucroenergético no Brasil. Desde o mês de março, a queda de veículos nas ruas e o preço do petróleo no mundo que despencou, resultaram em uma queda de 38% nas vendas de etanol para as distribuidoras. Os dados são da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (UNICA) e esse efeito tem refletido no aumento da produção de açúcar.

O aumento na exportação e no consumo do açúcar neste período da pandemia, ainda não é suficiente para tapar o buraco que o etanol deixou nas vendas. As usinas destinaram 45,7% da moagem para à produção de açúcar, contra 30,8% em 2019. Porém, apenas 100 das 376 usinas do País, produzem açúcar.

Para a advogada e especialista em Direito Socioambiental Samanta Pineda, a previsão do setor para esse ano era muito boa, principalmente em virtude do Renovabio, que vinha com uma política de descarbonização da economia com a emissão de um título sustentável a CBIO, uma espécie de selo para identificar os mais sustentáveis no setor. “Quanto mais CBIOs esse produtor pudesse emitir, mais ganharia. Finalmente seria a materialização do pagamento por serviço ambiental”, explica ela, que também é apresentadora do programa Ação Sustentável, no AgroMais e comentaristo do Jornal TerraViva.

A pandemia colocou 25% das usinas de cana-de-açúcar no nível crítico e fez o setor sucroenergético buscar financiamento de R$ 9 bilhões junto ao Governo Federal. A exportação de açúcar, por sua vez, deve bater recorde na safra 2020/2021.

“As usinas tiveram que pedir incentivos ao Governo para manter o mínimo de saúde financeira e depois mudar de planos para produzir mais açúcar que etanol”, ressalta Samanta Pineda. A exportação do produto deve bater recorde na safra 2020/2021.

O que tem refletido no aumento da exportação do açúcar é que alguns países passaram a importar do Brasil, já que a Índia, por exemplo, que é fornecedora, teve problemas para exportar o produz por conta da pandemia e, essa demanda internacional, se direcionou para o nosso País.

O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, ocupando o segundo lugar na geração global de etanol – com 35,58 bilhões de litros, atrás dos Estados Unidos. O País também é líder em produção e em exportação de açúcar. Saíram das usinas nacionais, em 2019/2020, 29,6 milhões de toneladas do produto, das quais 18,9 milhões seguiram para o exterior.

Samanta Pineda, advogada e especialista em Agronegócio
Juliana Rangel
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