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Roteirista da Turma da Mônica e Zé Carioca, Gerson Teixeira, conta sobre sua trajetória
Compartilhe:Nascido em Santo André na Grande São Paulo, Gerson Teixeira é roteirista de histórias em quadrinhos e ilustrador brasileiro. Trabalhou por muitos anos como roteirista dos quadrinhos da Disney para a Editora Abril e atualmente produz roteiros para a Turma da Mônica, fazendo parte da Maurício de Sousa Produções. Também cria roteiros para o personagem Zé Carioca, da Disney, para a editora Culturama. Possui cerca de 460 histórias publicadas, sendo sua primeira história na Disney “O Outro Lado do Meio-Dia” na revista Almanaque Disney 85, de junho de 1978, com o Morcego Vermelho.
Para falar melhor sobre sua história, Gerson Teixeira participou do Podcast Juliana Rangel News. Acompanhe:
Juliana Rangel: São 43 anos da primeira história publicada nos quadrinhos. Você entrou com quantos anos na Editora Abril? Como surgiu a oportunidade?
Gerson: Acho que eu tinha por volta dos 19 anos. Na verdade, eu queria desenhar e eu nem sabia que eles faziam histórias. Para mim, quem desenhava também escrevia e desde criança eu tinha esse negócio de trabalhar com histórias em quadrinhos na cabeça, tanto que com 15 anos, eu peguei uma pastinha e fui de São Caetano, onde eu morava, para São Paulo, na Faria Lima. Cheguei lá, eles olharam meu desenho e falaram que estava bonitinho, mas que eu precisava treinar mais um pouco. Foi o que eu fiz. Trabalhei em outras coisas nesse meio tempo, fui para uma agência de publicidade e também na General Motors, e um parente que tinha contato dentro da Editora Abril me avisou que eles estavam selecionando um pessoal para trabalhar junto com o setor da Disney. Eu fiz o teste e fui aprovado, só que na época, eu ganhava menos e gastava ainda mais tempo para chegar até lá, a conta não fechava, mas eu estava indo atrás do meu sonho.
Existia uma revista dentro da Editora que era a ‘Pancada’ e eu criei umas piadinhas para poder mostrar o desenho. Deixei na mesa do editor e depois de um mês ele devolveu dizendo que não tinha gostado, mas o cara que era meu chefe me chamou e disse que havia visto e gostado das piadas da revista, mesmo que os desenhos não tivessem agradado tanto ele. Nisso, ele me perguntou se eu não queria tentar criar algo para a Disney, eu aceitei e tentei uma historinha do Zé Carioca que não deu certo. E naquele momento, no cinema, estava em alta um filme chamado “Outro Lado da Meia Noite”. Eu usei esse nome, inverti para “meio-dia” e criei uma trama em cima. Acabou dando certo e a partir daquele momento comecei ser roteirista.
Juliana Rangel: Na questão dos quadrinhos, você sente que a procura por eles permanece até hoje?
Gerson: Na Turma da Mônica a gente nota isso, as bancas que ainda restam, ainda tem muita revista do Maurício de Souza, então tem bastante procura e o forte dele são as assinaturas. Mas, de modo geral, caiu bastante e não dá para negar. Antigamente, quando eu entrei na Editora Abril, as vendas eram astronômicas, hoje em dia, tem muitos meios de comunicação e mídias diferentes. É muito de mães que querem passar o que tiveram para os filhos e avós que querem passar para os netos. Muita gente começa aprender a ler com a Turma da Mônica, isso é uma coisa que o próprio Maurício já fez pesquisas disso.
Juliana Rangel: Saindo um pouquinho do Maurício de Souza, outros roteiros que se destaca também são os do Zé Carioca, que é bacana porque esse é um personagem que fez 80 anos em agosto, isso mesmo?
Gerson: Sim! Eu fiz um monte de entrevistas para vários jornais como Estadão e Globo, por conta desses 80 anos. Desde o meu primeiro ano na editora já havia começado fazer o Zé Carioca, mas no ano passado ele já não estava mais com a Abril e sim com a Culturama, uma editora de Caxias do Sul. Atualmente, o Zé continua sendo um papagaio falante, mas com algumas restrições de conduta. Isso é de forma geral, todas as histórias estão mais comedidas.
Juliana Rangel: Como você identifica tantos roteiros quando eles finalmente saem nos quadrinhos? Como acontece a questão dos créditos?
Gerson: Na hora de fazer, cada roteirista tem um estilo. Na Disney, tem muita história que eu vejo e não lembro se fui eu que fiz ou não. Já na questão de créditos, a Disney só passou a creditar depois que nós fomos dispensados e eles continuaram republicando as histórias, perto dos anos 2000. Na época que eu trabalhei lá, quando começaram publicar as histórias dos Trapalhõezinhos, o meu chefe bateu o pé para colocar no contrato que a histórias precisavam ser creditadas pelos profissionais. Esses foram os primeiros materiais a serem creditados e depois, o Maurício, de 5 a 6 anos pra cá, também está começando. Então, hoje tem identificado o roteiro com meu nome.
Confira abaixo a entrevista completa no Podcast Juliana Rangel News: