Sabedoria e inclusão são lemas da ativista Viviane Martini - Juliana Rangel

Sabedoria e inclusão são lemas da ativista Viviane Martini

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Houve um tempo em que diversas empresas evitavam contratar qualquer pessoa com deficiência (PCD) por causa de um pré-conceito enraizado na nossa sociedade. Hoje essa situação já mudou. Diversas empresas e personalidades estão trazendo cada vez mais profissionais com deficiência para se desenvolver e aperfeiçoar nas áreas escolhidas para carreira.

Preocupada com essa inclusão social, Viviane Martini se tornou, em 2021, ativista pela inclusão e identificou diversas demandas a serem trabalhadas para ampliar a participação da pessoa com deficiência na sociedade, na cultura, no mercado de trabalho e no empreendedorismo, o que resultou na idealização da empresa social Geração Inclusiva, onde é CEO e busca atuar com acessibilidade, inclusão e empregabilidade, lutando por um mundo mais equânime.

Iniciou sua carreira atuando com Educação Infantil e Educação Física e é apaixonada pelo mundo das artes, tanto que se formou em Designer de Interiores pela ABRA – Academia Brasileira de Artes e atuou no mercado Decor por mais de 20 anos. Além disso, se especializou em lançamento e reposicionamento de marcas e em networking estruturado, para geração de negócios.

Através dessa experiência, fundou a CLN Network, empresa com método exclusivo para networking de negócios entre empresárias, junto com outros sócios. Aprendeu sobre o assunto atuando como diretora consultora do BNI, uma metodologia americana para networking de negócios.

Para falar sobre seus projetos e sobre sua carreira inspiradora, Viviane Martini participou do Podcast Pode Mulher nas últimas semanas e pode compartilhar, inclusive, que  está escrevendo um capítulo de um livro, de co-autoria sobre sua história. Acompanhe parte da entrevista:

Juliana Rangel: Viviane, me diz como que você vê as situações que acontecem em nossa vida?

Viviane Martini: Eu sempre fui muito crítica comigo mesmo, nós fazemos muito isso! Mas sabe que nos últimos anos, acho que até por ter buscado um pouco mais de autoconhecimento, aprendi tanto, aprendi a controlar isso, a não me cobrar tanto, a entender que tem o que é meu e tem o que é do outro. Eu não tenho que pegar o pacotinho do outro para mim, o meu próprio pacotinho não tem que ser pesado! Ele pode ser leve e está tudo certo. Tudo que acontece, acontece porque tem que acontecer.

Esse processo todo, esse recomeço traz insegurança, cobrança, traz julgamentos de nós mesmos. Às vezes a gente recebe  julgamento do outro, mas nós também nos julgamos. Esse é um momento de nós mudarmos, virarmos a chave, entender ‘ah, isso não precisa ser assim’. Tem dia que nós não estamos bem e tá tudo certo! Tem dia que você erra e está tudo certo. Aprende com isso e depois faz certo.

Esse olhar um pouco mais empático conosco mesmo, com o outro, com a vida… nós vamos amadurecendo, né? Vamos conquistando isso.

Juliana Rangel: E como você vê isso, igual você disse, cada um tem o seu saquinho?

Viviane Martini: Assim, se a gente pegar a premissa de lei do retorno, lei da reciprocidade, que é uma das artes da persuasão, se a gente for estudar as armas da persuasão, a reciprocidade é uma delas e por quê? Porque quando eu faço algo para você, existe ali um compromisso seu, de certa forma, me retribuir aquilo que eu fiz…

Juliana Rangel: Mas é claro que temos que fazer as coisas sem esperar algo em troca, né?

Viviane Martini: Durante o BNI eu aprendi uma coisa: a diferença entre os caçadores e os agricultores. O agricultor ele vai, ele planta, ele rega, espera crescer e entende que depois vem a colheita.  O caçador não, ele quer a caça. Às vezes ele até consegue ali na hora, mas depois aquela caça acabou e ele não faz nada depois.

Quando eu sou um agricultor e eu cultivo, eu sei que vem. Não necessariamente da mesma pessoa que eu ajudei, mas eu sei que vem, que eu vou receber.

Juliana Rangel: E como a gente faz para recomeçar e entender isso?

Viviane Martini: O recomeçar está tudo certo, ele faz parte da nossa vida. Quanto mais aberto e pronto nós estamos, melhor  é, porque por cada história que a gente passa, é a tua bagagem que aumenta. Tudo aquilo que você viveu e aprendeu, você aproveita em outro negócio, em outro momento. Não tem nada que eu tenha aprendido na minha vida, que eu não aproveite hoje. É incrível isso!

Confira a entrevista completa no Podcast Pode Mulher: